A asfixia ocorre quando há dificuldade ou interrupção da respiração, resultando na privação de oxigênio no organismo. Nos casos de engasgo, a criança geralmente coloca na boca ou nariz um objeto que obstrui a passagem de ar. O principal perigo reside na possibilidade de o objeto ser aspirado para os pulmões. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, 94% dos casos de asfixia por engasgo ocorrem com crianças menores de sete anos.
Por conta do alto índice apresentado pelos dados acima, a Prefeitura de São José dos Pinhais tem capacitado professores e profissionais da educação para agirem de forma eficaz em casos de emergências de asfixia dentro das Escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). O Programa Saber Salva, desenvolvido pela equipe do SAMU 192, busca capacitar toda equipe de profissionais da educação do município.
As lições aprendidas já salvaram a vida de um aluno neurodivergente de quatro anos do CMEI Otília Teixeira Pinto. A diretora do CMEI, Marilza Teixeira, conta que no momento em que a professora chegou com a criança, ficou assustada, mas lembrou do que aprendeu durante sua participação no Saber Salva e realizou a manobra para o desengasgo. “Fiz por três vezes porque ele estava bem engasgado, mas a criança desengasgou. Depois, a mãe o levou ao médico e um dos comentários foi sobre a rapidez para o atendimento da criança”, conta.
A administração municipal reconhece que os profissionais da educação desempenham um papel fundamental na segurança e no bem-estar das crianças, principalmente durante o período escolar. Assim, o programa de capacitação busca proporcionar conhecimentos básicos de primeiros socorros, com ênfase na prevenção e no manejo de situações de asfixia.
A coordenadora do Núcleo de Educação em Urgências do SAMU 192 de São José dos Pinhais, Dayana Cristina Moraes, explica que a atitude da diretora foi extremamente importante para salvar a vida da criança e como foi realizada a manobra de desengasgo.
“Em crianças pequenas, o primeiro passo é segurar a cabeça e incliná-la. Em seguida, é preciso dar cinco tapas com o calcanhar da mão no meio das costas. Permanecendo os sinais de engasgo, tem que virar a criança e, com dois dedos da mão, fazer cinco compreensões no meio do peito”, orienta.
A manobra deve continuar sendo realizada até o momento que observar os sinais de desengasgo, ou seja, o choro, indicativo que a criança expeliu o objeto ou alimento, e também a melhora da respiração. Já em crianças maiores, a manobra se inicia com cinco tapas nas costas, que devem ser intercalados com compressão na barriga.
“Inicialmente tem que se localizar o umbigo, posicionar a mão fechada acima e fazer força com a mão não dominante, fazendo uma força de compressão de baixo para cima cinco vezes e observar os sinais de desengasgo”, acrescenta Dayana.
Qualquer material pode se tornar um corpo estranho no sistema respiratório. A maior suspeita de que um acidente ocorreu é o engasgo. Logo após a aspiração de algum objeto, acontece um acesso de tosse, seguido de engasgo.
A aspiração também deve ser considerada quando há um quadro súbito de chiado no peito em crianças sem casos de alergia na família.
Alguns sinais devem ser alertas para uma suspeita de aspiração:
(Fonte: Ministério da Saúde).