O Paraná celebrou nesta quarta-feira (17) os vencedores da etapa estadual do 2º Prêmio Educador Transformador, em cerimônia realizada pelo Sebrae/PR em sua sede de Curitiba. Reconhecido como a maior premiação de educação empreendedora do Brasil, é uma correalização do Sebrae, da Bett Brasil e do Instituto Significare para valorizar e divulgar projetos e educadores transformadores de todos os cantos do País.
Os vencedores representam as sete categorias da premiação: Educação Infantil; Ensino Fundamental - Anos Iniciais; Ensino Fundamental - Anos Finais; Ensino Médio Regular; Educação Profissional; Educação de Jovens e Adultos (EJA); e Educação Superior.
"Saudamos o trabalho fantástico que está sendo feito pelos professores do Estado no fomento à cultura empreendedora. São projetos que têm resultados importantes no desenvolvimento das nossas crianças e jovens, pensando em mudança de cultura e valores para a vida. Ao todo, foram atendidos 626.196 alunos no Paraná, de todas as séries, em trabalho conjunto que o Sebrae faz com as instituições parceiras", parabeniza Vitor Tioqueta, diretor-superintendente do Sebrae/P
O evento contou ainda com a presença de César Rissete, diretor técnico do Sebrae/PR, e de Rosângela Angonese, coordenadora estadual de Liderança e Educação Empreendedora do Sebrae/PR.
O Paraná alcançou marca de 324 inscrições no prêmio, sendo o terceiro Estado com o maior número de participantes, atrás de São Paulo e Minas Gerais. O destaque vem de Campo Mourão, na região noroeste do Paraná: o projeto “Integrow – Ecossistema de Inovação do Integrado”, desenvolvido pelo professor Fabrício Pelloso na categoria Educação Superior, foi o vencedor da etapa regional e vai representar a região Sul na fase nacional da premiação. O projeto já impactou mais 2,5 mil alunos, com mais de 200 pré-incubações e oito incubações.
Com carreira acadêmica de mais de 20 anos e atuando no Centro Universitário Integrado, Fabricio conta que sempre teve como objetivo conectar os alunos à realidade do mercado. Levando esse objetivo em conta, ele ouviu empresários e alunos para descobrir necessidades regionais. O resultado incluiu observações de egressos que gostariam de ter tido uma formação com mais oportunidades para empreender, além de relatos de mais de 30 empresas que reconheciam a boa formação dos estudantes, mas esperavam mais criatividade e características multidisciplinares.
Diante disso, a instituição reviu sua forma de trabalho e criou uma trilha de aprendizagem para alunos durante todo o período da graduação. Foram implantados o “Inova – o concurso de inovação” e a pré-incubadora Integrow, conectada a grandes hubs do País, em que os estudantes recebem mentorias de professores e de consultores do Sebrae/PR, que aplicam o programa Startup Garage.
“Os alunos vivenciam o empreendedorismo e estudam conteúdos na área. Os projetos culminam em um desafio de inovação que é apresentado aos maiores empregadores locais. Os empresários podem se tornar parceiros de inovação, investir nas startups e atuar como mentores. Todos os projetos selecionados pelo Prêmio são excelentes, a expectativa é grande para a etapa nacional. E reforça nossa crença de que a educação, embora tenha percalços, reúne muita gente boa pensando em coisas diferentes para fazer com que a jornada dos alunos seja cada vez melhor”, afirma Fabricio.
Fabricio Pelloso, de Campo Mourão, foi classificado para a etapa nacional do prêmio
Conheça mais sobre os projetos premiados do Paraná nas sete categorias:
Alimentação saudável
De Irati, na região dos Campos Gerais, o projeto “Alimentação Saudável: aprender, compartilhar e explorar”, liderado pela professora Cibelli Batista Belo, conquistou a categoria Educação Infantil. Realizado em setembro de 2023, no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Planalto do Futuro, o projeto se destaca por seu enfoque e por seu impacto positivo na comunidade escolar.
Ao perceber que as crianças, com idades entre dois e três anos, demonstravam preferência por alimentos industrializados, a professora Cibelli e sua equipe identificaram a necessidade de promover uma abordagem consciente sobre alimentação saudável, envolvendo não apenas as crianças, mas também suas famílias.
"É importante trabalhar com as crianças desde cedo, proporcionando experiências significativas que contribuam para seu desenvolvimento integral. O projeto não se limitou às atividades em sala de aula, mas também envolveu a colaboração ativa dos pais e familiares, incentivando uma parceria entre escola e família”, comenta a professora.
Inclusão múltipla
De Curitiba, "Inclusão Múltipla: ampliando horizontes audiotáteis por meio do Desenho Universal para aprendizagem" foi o projeto vencedor da categoria Ensino Fundamental – Anos Iniciais. A iniciativa é da professora Juliana Alves Brungari Raffaelli, da Escola Municipal Elza Lerner, no bairro Cajuru, que abriga 725 estudantes.
“Nosso ponto de partida foi a criação de protótipos audiotáteis de fotografias da cidade para pessoas com deficiência visual, para sensibilizar os estudantes para a realidade dessas pessoas, promovendo a cidadania para além da escola. Os temas norteadores incluem a inclusão igualitária no ambiente escolar e na vida, formação de agentes multiplicadores, criação de protótipos acessíveis, promoção da cidadania além da escola e conscientização sobre a realidade das pessoas com baixa visão ou cegueira. O projeto adere às recomendações do Desenho Universal para Aprendizagem e da Aprendizagem Criativa na perspectiva da Educação Inclusiva”, contextualiza Juliana.
Como resultados do projeto, segundo a professora, foram observadas transformações notáveis nos alunos e na instituição. “Os estudantes tiveram um aumento significativo na consciência sobre inclusão, com mais empatia e habilidades colaborativas. Na instituição, percebemos uma mudança cultural, com valorização da diversidade e inclusão em práticas educacionais.”
Os projetos que ficaram em primeiro lugar nas sete categorias da premiação. Fotos: Inove
Robôs animatrônicos
Passando para os Anos Finais do Ensino Fundamental, a iniciativa selecionada vem de Marialva, no noroeste do Paraná: o Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt atende mais de mil alunos. Há quatro anos na profissão, o professor Aurélio Prosdócimo tomou como desafio ajudar a provocar transformações na vida de estudantes.
No último ano, ele desenvolveu o projeto “Criatividade e tecnologia: desenvolvendo robôs animatrônicos de personagens favoritos dos alunos – prevenção ao uso de drogas e bullying”, com 30 estudantes do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental, que participam da oficina “Robótica primeiros passos”, no contraturno. O projeto foi apresentado na Feira Cultura do colégio e mobilizou a comunidade escolar.
Prosdócimo conta que ideia consolida o objetivo de ir além do desenvolvimento de competências técnicas de programação e de componentes eletrônicos, estimulando habilidades diversas.
“Utilizamos a metodologia storytelling, contação de histórias, com os robôs interagindo entre si. Os alunos transformaram os robôs em seus personagens favoritos, respeitando autonomia, criatividade, protagonismo, construção de textos com falas e oratória, tudo de forma lúdica e sob o tema da prevenção ao uso de drogas e do bullying, sugerido por eles”, explica.
Alunos empreendedores
No Ensino Médio, o projeto premiado vem de Turvo, na região central, sob a liderança da professora Valdineia Schineman, do Colégio Cívico Militar de Cordeiro Marques. O projeto “Expoedite: Feira de Produtos e Serviços dos Alunos Empreendedores” nasceu da necessidade de promover o autoconhecimento entre os estudantes, estimulando-os a explorar o empreendedorismo e suas potencialidades. Por meio de técnicas como a mandala Ikigai e a realização de pesquisas de campo, os alunos foram guiados a conceber e desenvolver seus próprios negócios.
"O projeto aconteceu no mês de outubro do ano passado. Contamos com 10% da população do nosso município que esteve presente no local. Nossos alunos mostraram como eles são capazes de realizar algo quando se envolvem de fato”, detalha.
A Feira Expoedite, realizada em outubro do ano anterior, segundo ela, teve participação significativa da comunidade local e o engajamento dos alunos empreendedores. "Contamos com o apoio da comunidade que se envolveu nos apoiando, engajando familiares, o comércio local que patrocinou as equipes e a prefeitura. O legado do Expoedite não se restringe apenas à sala de aula, mas ecoa na vida dos alunos, promovendo aprendizado prático, sustentabilidade e desenvolvimento pessoal e profissional”, pontua.
Cultura africana
Por fim, a categoria Educação de Jovens e Adultos (EJA) teve como premiado o projeto "Conhecendo, respeitando e valorizando a cultura do povo africano por meio dos desenhos gráficos da estamparia Adinkra", criado pelo professor Antenor da Cunha França Júnior do Centro Estadual de Educação Básica Professora Lais Miquelotto, de Curitiba, que atende 266 alunos no período noturno.
O ponto de partida contempla a diversidade cultural valorizando a temática da História e da Cultura Afro-Brasileira e Africana, onde os educandos são protagonistas da sua própria história conhecendo a cultura dos seus antepassados.
“Foram apresentados e discutidos os desenhos gráficos da estamparia Adinkra dos povos Akan, de Gana e Costa do Marfim, que representam provérbios e aforismos. São ideogramas impressos sobre o tecido de algodão de forma repetitiva indicando valores morais e normas de conduta. Temas como etnicidade, etnocentrismo, economia sustentável e solidária, trabalho formal e informal e empreendedorismo foram discutidos sem perder de vista os valores morais, éticos e estéticos”, observa o professor.
Educação Infantil
Ensino Fundamental – Anos iniciais
Ensino Fundamental – Anos finais
Ensino Médio
Educação profissional
Ensino superior
Educação de Jovens e Adultos